quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Capítulo9 - Ele me fazia sentir ser.

Me senti tão a vontade de contar sobre tudo a ele. Contei sobre a culpa que sentia pela morte da mamãe, contei sobre o tempo que fiquei em uma clínica de observação, pela dor da perda que me consumia o fôlego. Eu disse a ele que desejava tê-lo conhecido na época em que tudo aconteceu, porque ele teria me ajudado a superar. Ele me abraçou forte, encoste-me em seu peito, sentados ao lado da árvore. Ele me beijou e disse que a partir daquele momento estaria sempre ao meu lado me protegendo, impedindo das lágrimas tristes descerem sobre meu rosto. Eu me senti tão protegida, contei sobre o Ruan a ele também. Eu disse que precisava encontrá-lo para saber se o Giovany estava falando a verdade.
Ele me perguntou quanto tempo Ruan estava sumido ( meio preocupado), eu disse que desde o dia anterior , ele retrucou dizendo ter o visto naquele mesmo dia. Eu achei muito estranho, pois não havia o apresentado, e pela cara que fiz, ele começou a coçar a cabeça e a tentar se explicar dizendo que, o viu no dia em que nos conhecemos na piscina, e como depois ele acabou conhecendo o Giovany e o Pedro, e como tinha uma boa memória o único que sobrou conhecer que estava naquele dia foi o Ruan.
Eu achei estranho o jeito que ele falou mas... não tinha o que suspeitar dele, eu estava apaixonada. Para cortar aquele clima, eu disse entusiasmada para o Lucas que era naquela noite, minha festa de aniversário e que não aceitaria um “não”, como resposta. Ele disse que eu nem precisava lhe dizer aquilo, porque ele iria de qualquer jeito.
Ele me convidou para almoçar, em um restaurante que ele sempre ia, perto dali, e se surpreendeu com o meu pedido que não foi só salada.
E ele disse: - Nossa não sei como você é magra.
Eu havia dito que era de ruindade, disse para ele que era isso que minha mãe sempre dizia. Ele pegou em minha mão e a beijou, eu disse que estava tudo bem, queria lembrar desses momentos engraçados com carinho e até eu me surpreendi em como me senti a vontade falando sobre aquilo, mas realmente estava em paz.
A comida de lá era ótima, ele pagou a conta e disse que queria me levar para ver o mar, ele foi buscar o carro no estacionamento que tinha ao lado, eu fiquei a esperar na frente do restaurante, ele não tardou e logo estava a sorrir para mim, ele fez questão de sair e abrir a porta do carro, eu fiquei sem palavras e sorri ao olhar docemente para ele. Liguei a rádio e estava tocando “Island” de “The Starting Line”, eu comecei a cantar baixinho “It seems like things are only getting better/Parece que só está ficando melhor”, ele ouviu, aumentou o som e continuou “It seems like we can never catch a break/Parece que nunca vamos parar”. Olhei para ele, e começamos a cantar juntos o refrão:
“Just keep a hold of me, don't let go/ Fique comigo, não vá
If you float away, if you float away/ Se você flutuar pra longe, se você flutuar pra longe
Waited so long for a ship to come/ Esperei tanto tempo por um navio
Don't you float away, don't you float away/ Não flutue pra longe não flutue pra longe.
Ele abaixou o teto do carro, eu levantei, comecei a cantar alto e a sentir meu cabelo ao vento, naquela hora me senti tão livre, que cantei palavras que na verdade era o que estava sentindo.
Para mim ele era quem eu precisava, que tanto esperei e não queria deixar essa oportunidade escorrer por entre os dedos. Ele me fazia sentir viva outra vez e vê-lo partir, seria como pintar em cinzas meu dia, novamente.
Eu sentei e comecei a dar risada, ele olhou para mim e falou que faltava uma parte e começou a cantar:
I would like to introduce you to the finer things/ Eu gostaria de te apresentar as melhores coisas,
If we survive and i'm alive/ Se nós sobrevivermos e eu continuar vivo,
I'd like to say how beautiful i think you.../ Queria dizer como bonita você...
Ele olhou fixamente para mim e piscou. Quando chegamos, saímos do carro e fomos correndo para a beira do mar. Ele me abraçou e disse: - Nunca foi tão bom, estou me apaixonando por você.
E eu disse : - Aé...( e com os pés molhados chutei, o molhando ).
Ele me pegou no colo e disse: - E agora em o que você vai fazer.
Eu : - Não me molha por favor. Não me molha!
Ele me levou até a água ficar pelas coxas dele e foi me soltando devagar, ele colocou as mãos em meu rosto e me beijo, com mais um de seus beijos que faziam ouvir canções, mas desta vez realmente estava tocando uma musica, acho que ele tinha deixado o aparelho de som ligado e tocava “ For you” de “The Calling”. Ele olhou para mim e disse : - Não importa o que, eu sempre estarei aqui por você. Pra te socorrer, ou para não ti fazer desistir.
Ele colocou minha mão no peito dele e completou: - Se você deixar, esse coração só vai viver em função de você.
Eu: - Você me faz tão bem, não sabe o quanto...
Sentamos na areia, ele mexia em meus cabelos e dizia: - Você é tão linda.
Eu sorri e disse: - Você me faz sentir ser.
Ele piscou para mim e disse : - Vem cá.
Me colocou em seu colo e disse : - Eu quero conquistar esse coração, pois já estou perdido em suas garras. Quando eu ti tenho em meus braços, menina. Só existe eu e você.
Eu coloquei meus dedos em seus lábios e disse : - Me beija!
Ele passou a mão no meu rosto, seus dedos nos meus lábios, entrou sua mão, dentre os meus cabelos e me beijou. Meu celular tocou , era a Lauren, já estava anoitecendo. O tempo passou tão de pressa, que nem percebemos . Eu nem atendi a ligação mas, disse: - Preciso ir.
Levantamos, ele pegou em minhas mãos como se fossemos namorados e abriu a porta do carro. Voltamos ouvindo “We Never Change” de “Coldplay”, ele dirigia e sempre me olhava, dando uma caretinha e eu sempre voltava com um beijinho. Chegamos no Hotel, eu ia saindo do carro, ele me puxou, me agarrou e beijo-me.
Eu disse: - Até daqui a pouco.
E ele sorriu.

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